
No desfile das campeãs de 11 de fevereiro de 1970, em plena avenida, Nair Pequena morreu, enquanto a Estação Primeira cantava "Um Cântico à Natureza", de Ney da Mangueira. “Ela morreu de emoção mesmo, ao ouvir o meu samba-enredo, enquanto desfilávamos. Foi um choque”, diz o compositor do samba. A bateria parou e a escola seguiu até o final com a marcação do surdo, tocando sozinho.
Opondo em sentido seu epíteto para expressar o que de fato Nair representa na história da verde-e-rosa, Telma Tavares passou a caneta e traduziu tudo isso em ''Nair Grande'':
Havia uma nega no pendura-saia
Bambambã do fuzuê
Jogava pernada e rabo de arraia
Com os malandros do dendê
Fazia feitiço no cós da cambraia
Com os pretos do canjere
Batia na lata de banha a alfaia
Lá na lira do prazer
Cadê? Cadê?
Já não posso mais ouvir
Cadê? Cadê? As congadas de Nair?
Ouvi dizer
Nair Grande já chegou
No céu da Mangueira Nair arengueira
Tá com Dona Zica e Angenor
Fazia cabelo e barba com navalha,
Perfumosa como que
Bordava os amantes na barra da saia
E sambava pra gemer
No peito cabiam o amor e a gandaia
Coração de banguelê
Nair da Mangueira, jongueira da laia
Que saudade de você
Cadê? Cadê?
Já não posso mais ouvir
Cadê? Cadê? As congadas de Nair?
Ouvi dizer
Nair Grande já chegou
No céu da Mangueira Nair arengueira
Tá com Dona Zica e Angenor
Que blog excepcional! Que texto, que resgate da cultura! Tenho um blog em homenagem à Mangueira, onde conto histórias da verde e rosa, e a partir dessa postagem fiz um post em homenagem à essa grande Mangueirense NAIR PEQUENA.
ResponderExcluirhttp://estacaoprimeiradosamba.blogspot.com/
Sandro!
ResponderExcluirMuito gratos pela visita! Seja benvindo sempre!